terça-feira, 26 de novembro de 2013

Vício

Bem mansinho, feito um passarinho vem chegando...
Já é um furacão.
Lentamente traz a paz que eu tanto quero...
Inquietação.
Sorrisinhos espontâneos, aquela alegria gostosa...
Choro, dor e saudade.

Tudo se mistura aqui. Sinto o mundo dentro de mim.

Gosto da sensação leve que chega nessa brisa de esperança.
Meu coração se inflama, quer mais.
Mas rápido demais tudo volta para a caixinha da ilusão.
O ardor dói e me joga de volta ao início.

Haja destino pra ser perseguido...

Sinto as coisas pipocarem por aqui. 
Nada está no lugar, mas ao mesmo tempo, estão onde deveriam estar. 
Já sabemos bem o que está acontecendo... 

Neste momento me seguro para não jogar tudo por água abaixo. 
Agarro com as unhas algo impalpável. 
Não posso perder tudo agora.

Quero gritar mas sei que é hora de calar.

Dizem que tem sempre o momento certo para tudo. 
Futuro.
Esperar até o desenrolar da vida me enlouquece.
Ansiedade.
Querer o impossível me desafia.
Sina. 

Me espere! Me encontre! Me ajude! Facilite!
Não é mais segredo.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Quem você escolhe ser?

Tem dias que as coisas estralam na minha cabeça tão naturalmente que parece até que eu já sabia desde sempre disso: ser feliz é ser simples, é ir atrás do que se quer, é valorizar o que se tem. 

Não só de chegadas se faz o caminho... na realidade o que nos encanta é a estrada.

É enquanto estamos no percurso que o sol brilha mais forte, a chuva refresca e as paisagens nos cala. É durante o trajeto que a vida acontece.

Talvez seja mesmo difícil de viver e viver bem e viver como se quer... mas talvez o difícil está em se colocar num lugar onde é preciso, além de viver, agradar. Fomos criados para sermos aceitos, mas não existe maneira de sermos de fato aceitos se não somos quem queremos ser. (O mais importante é se aceitar.)

A vida vai passando e aqueles sonhos loucos que você tinha na infância e na adolescência vão sumindo. Você vai aos poucos esquecendo quem você é...

Mas chega sempre um momento que a vida te coloca cara a cara com você. E você fica numa encruzilhada: ser o que esperam que seja ou ser o que realmente quer ser? 

Quando optamos pela primeira opção, geralmente, estamos visando a felicidade e a aceitação do outro. Por dentro pode estar tudo péssimo, mas tenho um bom emprego, uma família que tira foto junta e amigos que me chamam pra beber no final de semana. E tudo isso pesa muito! Pesa tanto na escolha: ser socialmente aceito é bom! quanto na vida: carregar esse fardo de manter as aparências é bem difícil!

E tem a segunda opção: ser feliz como você é com o que se tem apesar dos pesares. No mundo atual fica complicado: nos dizem sempre o que comprar, o que comer, onde morar, com quem casar... Mas precisamos lembrar que a paz verdadeira vem de dentro. Estar em paz consigo mesmo é a melhor maneira de estar em paz com o mundo.

Escrevi tudo isso para poder falar sobre voltar atrás, sobre dar o braço a torcer, "pagar língua"... Se assumir é correr o risco de fazer o que antes negou e ter a chance de se sentir a pessoa mais feliz do mundo, mesmo que seja só por um segundo!

Lembre-se que todos os dias que Deus te dá a oportunidade de abrir os olhos após uma noite (boa ou ruim ) de sono, Ele também te dá o presente de mudar suas escolhas, de se refazer, de se encontrar. Não desperdice seu tempo! Vá atrás do que te move!


Obs: o meu segundo post desse blog há 5 anos atrás (como passou rápido!) foi sobre pagar língua, acho que encaixa no assunto de hoje também: http://piensitasquecoiso.blogspot.com.br/2008/11/aqui-se-fala-aqui-se-paga.html


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Crê Ser

Ela era a sua menininha: bonitinha e teimosa. Sempre cheia de razão, chorando sem motivo e brincando com o perigo. Coisa de criança.
Chegou o tempo de crescer, mas ela se negou. Não conseguia ser mais que uma menina chorona. Ela só queria ser a sua menininha... e você esperava bem mais.

Aquela criança trancada num corpo estranho foi se machucando. Cobravam dela a postura da mulher que ela aparentava ser. Ela sofria. Queriam que ela se vestisse, falasse, saísse, vivesse de forma condizente com o que era... E ela ainda não era o que todos viam.

Mas chega uma hora em que as coisas precisam mudar. Ou mudam sem que haja muita escolha. Ele se foi e levou tudo. Ela ficou. Se viu sem berço. Quem vai colocá-la no colo? Cantar para que se acalme? Fazer gracinha para ela rir? Protegê-la e velar seu sono? Quem vai buscá-la quando estiver em perigo? Levá-la para passear? Contar histórias e brincar? Brigar e ensiná-la a ser melhor?

Ela agora está sozinha e não tem nenhum braço para lhe abraçar, nenhuma voz para lhe ninar, nenhum olho pra lhe vigiar.

Terá que mudar.

Ela tenta. Coloca máscara, veste capa, ensaia palavras. Nem sempre dá certo.

Ela tenta. Chora escondida, foge dos amigos, anda sem rumo. Nem sempre dá certo.

Ela tenta. Faz planos, conhece pessoas, busca conhecimento. Nem sempre dá certo.

Ela tenta. Ri sem motivo, compra coisas que não usa, joga fora suas lembranças. Nem sempre dá certo.

Ela tenta. Arruma seu quarto, ouve música, escreve. Nem sempre dá certo.

Ela tenta.

Um dia dá certo. Nos outros dias não.

Mas ela tenta. Uma hora tudo se resolve. (Ou não.)

domingo, 17 de novembro de 2013

Lar (doce?) lar

É impressionante ver o prazer que têm quando me tiram do sério. Deve ser engraçado, divertido... Cada um com o seu "dom". Conseguem tirar de mim sempre o que tenho de pior. Como pode alguém que divide o teto com você gostar tanto de te deixar numa situação desagradável? Parecem nunca estar satisfeitos com o que tenho a oferecer, querem sempre mais... e quando nada mais existe, me roubam de mim. Consigo odiar vocês com tanta força, que volto a me sentir um monstro. Volto a ser o monstro que sempre me atormentou. O monstro que passei anos tentando matar, está mais vivo que nunca. Me desespero só de pensar que não consigo segurá-lo. Tento o máximo que posso, mas ele é muito mais forte que eu. Odeio vocês e me odeio por deixá-lo aparecer. O que gostaria que entendessem é que eu não sou essa. Essa é apenas a Aline que preferem que eu seja. Não sei porque é tão difícil me verem como alguém normal. Tenho sempre que carregar os piores rótulos, os títulos mais horríveis, as lembranças mais desagradáveis. Me marcam pelo que não quero ser. Me espremem até sair o que escondo. Lutei anos para acabar com isso e hoje vejo que não querem que isso acabe. Preciso aprender que sou melhor longe e sozinha. Preciso tomar vergonha na minha cara e caçar meu rumo. Sem ninguém, sem família. Preciso respeitar meus limites. Não dá mais pra me ferir todos os dias, não dou conta de tanta hemorragia. Dormir sangrando e acordar com alguém cutucando uma ferida que não vai cicatrizar só me deixa mais fraca, mais angustiada, mais infeliz, mais ranzinza. Quero outra vida pra mim e nela, vocês são só visita. Talvez Sartre me entenda, afinal de contas, o inferno são os outros.

sábado, 9 de novembro de 2013

E vejo flores em você!

Já reparou como é difícil fazer o que se quer quando se quer?
Já reparou que por mais que você tente é muito difícil ser você inteiramente?
Já reparou como que as "vozes " da moralidade estão sempre gritando nos nossos ouvidos?

Não importa como foi o dia, a noite você vai parar e pensar no que faltou. Não importa como foi a noite, ao deitar iremos sempre pensar no que devíamos ter feito.

Comigo é sempre assim. Já no caminho pra casa minha mente começa a acelerar e me deixar louca de arrependimentos. Na minha cabeça pipocam situações e palavras que eram possíveis e que eu não tornei real.

Costumo me podar para não estragar as coisas... mas essa poda exagerada tá me impedindo de florir.

A estrada está aí para ser vivida. Já dei o primeiro passo! Onde eu for, quero flores!